É hora de parar para assistir ao espetáculo do fim do dia. O sol está caindo a oeste em cores vibrantes, em silêncio, mas, escandaloso.
O entardecer ofusca nossos olhos, forçando-nos a espremê-los como num ato de reverência ao deus Sol.
O fim de tarde é aveludado, é sublime, é lindo. Neste momento o dia se despede, sem discrição, justamente para anunciar e encerrar uma jornada.
O entardecer é reflexivo, ou, deveria ser. O que você fez do seu dia? Você cumpriu suas tarefas? Você ajudou alguém? Você foi além das expectativas? Amou? Valorizou os pequenos gestos? Rezou? Abraçou? Está em paz consigo mesmo? O dia já pode anoitecer? Você conseguirá dormir? O sono será tranqüilo?
Às vezes passamos a noite em claro como se ainda estivéssemos no entardecer... São dias que deveriam ser maiores para que nossos conflitos fossem resolvidos antes da hora de dormir. Dias curtos em que o entardecer emenda com o amanhecer, em que as estrelas passam despercebidas porque os olhos estão voltados para dentro, para o outro, ou para alguma coisa mal resolvida.
Prazerosos são aqueles dias em que o entardecer é um presente para o dever cumprido e para a alma lavada, para a alma amada, para o coração confortado... Prazerosos são aqueles dias que têm noites, em que se repousa, em que se dorme com um discreto sorriso nos lábios e no coração.
O entardecer te pergunta: Você está maravilhado com minhas cores e meu estardalhaço? Ou só mais hoje seu dia não acaba bem? Você consegue apreciar o espetáculo ou sente náuseas ao ver que ele se aproxima? Você está apto a desfrutar das cores e do veludo com o espírito leve e feliz?
Como foi seu dia, querido??
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