quarta-feira, 13 de abril de 2011

Meu amigo imaginário

Sempre tive um amigo imaginário, o mesmo, sempre. Hoje ele tem 12 anos de idade e chama-se Robert Harrison Zimmerman Cash. Digo "sempre" porque ele está em minha vida há muito tempo, mal lembro dele não ter estado nela. Robert me acompanhou em muitos momentos, muitos esteve presente e em outros se fez presente mesmo à distância. Sempre gostei muito e admirei muito o intrigante Bob.

Sabe...Bob sempre me surpreendeu com sua amizade, com suas idéias, com seus conselhos. Robert sempre foi especial. Desaparecia por um tempo mas logo voltava, era leal. Muitas vezes eu me peguei falando dele para as pessoas, na maioria das vezes com admiração e até encanto. Robert sempre foi meu melhor amigo. Ele surgia nos lugares mais inusitados, muitas vezes em lembranças... Meu companherinho de vida: Bob. Eu nunca estive completamente sozinha e desamparada, sempre tive sua mão estendida, sempre reconheci Bob de olhos fechados. Tínhamos um pacto de sinceridade (até o fim) e eu ainda cumpro esse nosso acordo e eu acho que ele também, não quero acreditar no contrário. Esse meu amiguinho não tem igual, não tem parecido, não tem comparação.

Robert às vezes atropela algumas coisas, ele argumenta muito bem e às vezes argumenta quando não devia. Mas sabe...eu também faço isso e nós dois sabemos que em alguns momentos não se deve retrucar e sim, admitir que não fez certo. Acho que me identifiquei tanto com ele justamente por sermos parecidos em muitas, muitas coisas mesmo e por reconhecer no outro as suas fraquezas. Nunca imaginei minha vida sem pelo menos ouvir um barulhinho do Bob, sempre quis ele por perto, sempre apreciei sua companhia e seu jeitinho. Nossa, ele completa 13 anos neste ano e nós deveríamos comemorar essa nossa união, mas, Bob me deixou confusa esses dias. Parecia diferente, distante e impaciente. Fiquei triste. Meu amigo não parece ser o mesmo. Será que eu não fantasiei muito sobre ele? Quem sabe ele nem soubesse da importância que sempre teve. Ouvi dizer que se diz "eu te amo" a um amigo que gostamos de verdade, e, infelizmente eu nunca tive essa habilidade. No entanto, acho que Robert precisa saber: Eu te amo meu amigo. Quem sabe você seja fruto da minha imaginação mas peço que não vá embora como um fantasma que se desintegra no ar. Eu tento entender que quem sabe nossa amizade tem essa idade: 12 anos, e só...

Bob, não machuque meu coraçãozinho, por mais descompassado que ele possa ser, ele te ama de verdade e sempre sentirá sua falta nos momentos que você não estiver presente.

Sabe amigo, você é muito importante pra mim, mas, sei que nossas escolhas somos nós que fazemos. Sabe Bob, fiquei chateada quando descobri que você derrubou tinta nas minhas fotos nos últimos meses. Sei que até posso, ou podemos, tentar limpar, mas sempre ficam manchas e marcas. Elas nunca serão as mesmas. Mas, sabe Bob, quem sabe pudéssemos tirar juntos novas fotos e você esquecer a história da tinta, será que você faria isso?? Faria por mim? Faria por você? Penso mesmo em começar um álbum novo, não descarto a possibilidade de que você faça isso comigo. Sabe, lembro que brinquei de esconde-esconde com você e você sempre disse que eu me escondia muito bem. Eu preciso admitir Bob, eu sempre estava na sua frente, pra onde você nunca olhava. Queria também falar das boladas que te acertei ultimamente, acertei sem querer e te dei umas dores de cabeça. Acredite Bob, não foi de propósito. Nunca faria isso com meu melhor amigo. Aliás, não tome dipirona, você é alérgico e fica com a cara engraçada. Engraçado Bob, compartilhamos muitas coisas, não é? Muito obrigada por me ouvir, você é o melhor ouvinte. Então ouça: meus sentimentos são de verdade.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Entardecer


É hora de parar para assistir ao espetáculo do fim do dia. O sol está caindo a oeste em cores vibrantes, em silêncio, mas, escandaloso.


O entardecer ofusca nossos olhos, forçando-nos a espremê-los como num ato de reverência ao deus Sol.

O fim de tarde é aveludado, é sublime, é lindo. Neste momento o dia se despede, sem discrição, justamente para anunciar e encerrar uma jornada.

O entardecer é reflexivo, ou, deveria ser. O que você fez do seu dia? Você cumpriu suas tarefas? Você ajudou alguém? Você foi além das expectativas? Amou? Valorizou os pequenos gestos? Rezou? Abraçou? Está em paz consigo mesmo? O dia já pode anoitecer? Você conseguirá dormir? O sono será tranqüilo?

Às vezes passamos a noite em claro como se ainda estivéssemos no entardecer... São dias que deveriam ser maiores para que nossos conflitos fossem resolvidos antes da hora de dormir. Dias curtos em que o entardecer emenda com o amanhecer, em que as estrelas passam despercebidas porque os olhos estão voltados para dentro, para o outro, ou para alguma coisa mal resolvida.

Prazerosos são aqueles dias em que o entardecer é um presente para o dever cumprido e para a alma lavada, para a alma amada, para o coração confortado... Prazerosos são aqueles dias que têm noites, em que se repousa, em que se dorme com um discreto sorriso nos lábios e no coração.

O entardecer te pergunta: Você está maravilhado com minhas cores e meu estardalhaço? Ou só mais hoje seu dia não acaba bem? Você consegue apreciar o espetáculo ou sente náuseas ao ver que ele se aproxima? Você está apto a desfrutar das cores e do veludo com o espírito leve e feliz?

Como foi seu dia, querido??

domingo, 3 de abril de 2011

Somos feitos de quê?

Somos feitos de peito.

Somos todo coração?

Na verdade somos todo peito, um incrível tórax para bater de frente. Somos feitos para suportar tudo e qualquer coisa que encontrarmos em nosso caminho, com cabeça erguida e com dignidade. O homem é forte. O homem é rocha.

O homem sente dor, e quando deseja, utiliza essa dor para seguir, para crescer, para produzir. Enfrentamos nossas dores, nossos pesares, nossas ilusões com a força que foi dada ao homem (a força de sair de situações, não de forma ilesa, mas de forma honrosa).

O homem tem peito.

Peito para peitar suas fraquezas e para encarar sua realidade. (O homem tem peito para mudar sua realidade se quiser). Peito para suportar o que vier.

Sim, sim, sim...é no peito que dói, é no peito que aperta, mas é a cabeça que sucumbe. (Isso às vezes me preocupa).

A quanto anda a sua cabeça? Afinal, temos peito, mas às vezes, falta serenidade e até um pouco de sanidade.

Dor de verdade é coisa de louco! Coisa de perder a cabeça e de perder a razão.

O homem tem peito mas também tem cabeça...

O peito peita... nem sempre a cabeça aguenta. (Eu tenho medo disso).

Às vezes atropelamos tudo, passamos pelos problemas como uns tratores, o peito bate de frente em tudo, e então, você percebe que é muito pra cabeça. Hora de parar de derrubar obstáculos, hora de organizar os derrubados, de reconhecê-los e de passar por cima, com a mão na consciência, com a cabeça no lugar, com a sanidade mantida, com ciência, consciência... tranquila.

(A dor não é privilégio de poucos, é privilégio de todos. A felicidade não está a disposição de poucos, está a disposição de todos)

(às vezes sou um tratorzinho enfurecido que atropela inclusive meus sentimentos. Minha cabeça sente e o corpo quer padecer. Cuidado, muito cuidado em ser um tratorzinho...)