domingo, 29 de agosto de 2010

Jesus te ama


Você já pediu a ajuda Dele? Já entregou sua vida nas mãos Dele? A força divina...a presença divina...não existe nada igual. Essa força nos orienta e nos conforta diariamente, mas, em alguns momentos ela se faz mais presente, principalmente quando você busca verdadeiramente por ela. Aqui, registro então, minha intimidade: Algumas questões na minha vida vinham me deixando dúvidas, vinham me perturbando de certa forma e me tirando o sossego. Pedi a Deus que me mostrasse o caminho e para que as coisas ficassem mais claras para mim. Deixei nas mãos Dele e fiquei atenta ao sinal. Hoje saí para andar e refletir sobre isso tudo. Pensei, tentei achar respostas, me perguntei se eu estava ouvindo Seus sinais da maneira correta. Foi então que fixei meu pensamento no que achei ser o certo e pensei: "Meu Deus, cheguei a conclusão certa? Me dá um sinal para que a dúvida saia de mim". Andei alguns metros e então, vi um rapaz que passaria por mim nos próximos segundos. Ele olhou pra mim e disse (com uma voz suave): "Jesus te ama". Após dizer isso tocou meu braço (com a mesma suavidade da voz) com seu dedo indicador e foi embora. Parei. Olhei pra trás e fiquei observando ele indo embora sem olhar pra trás. Não sei com que freqüência esse rapaz faz isso, quem sabe ele faça isso todos os dias, mas, pra mim isso foi único, foi incrível. Senti uma energia muito boa naquele momento, uma felicidade me invadiu e eu sorri chorando. Foi algo tão extraordinário que a sensação que tive foi de que eu podia viver aquele momento eternamente, sem sair dele. Ali, tive a constatação de que eu não estava sozinha, Ele está comigo o tempo todo e me responde quando eu pergunto. Fui embora pensando em uma coisa que um amigo me disse esses dias: "Às vezes Deus usa as pessoas para se comunicar com a gente!"
FOTO: Na feira do Largo da Ordem.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Adeus e volte sempre


Na vida, diariamente acontecem perdas e separações. Inevitavelmente temos que abrir mão de coisas em lugar de outras. Perdemos a convivência com pessoas queridas e com pessoas não tão queridas mas ímpares, pessoas-figuras, pessoas que como diria um amigo meu: figurinhas brilhantes, aquelas difíceis de encontrar. E a vida segue, cada um segue seu caminho, e coisas acontecem. Interessante quando percebemos que essas idas e vindas, essas despedidas e essas chegadas mexem com a gente. Mexe muito mais com quem se envolve de verdade, gosta de verdade, conhece e se deixa conhecer. E por mais que estejamos rodeados de pessoas queridas, amadas e especiais, por mais que não estejamos sozinhos, a verdade é que é cada um por si. Um dia o acaso (se é que existe) nos afasta, nos move, nos transporta pra outro lugar, com outras pessoas, outros acontecimentos. São despedidas, são boas-vindas, tudo novamente. Ciclos da vida, momentos únicos e detalhes que jamais pensaríamos que nos viriam na mente em forma de saudade. Cada dia, por mais "normal" e comum que possa ser, é um pedacinho da nossa história, é onde deixamos nossas marcas boas ou ruins, é onde podemos deixar saudades. E as coisas passam, a vida passa e pessoas passam por ela. E é tão boa essa interação com o outro, esse aprendizado, a descontração. Agradeço por não ter coração leviano, por ser toda sentimento, pelo envolvimento, por conseguir me entregar, por conseguir extrair, por conseguir me doar. O Adeus é mais dolorido quando se é assim, porém, agradeço a sensação de gostar, o motivo pra ter saudade, a intimidade que compartilhei, as histórias que ouvi e que contei, tudo que aprendi e que ensinei, os presentes que recebi e que dei, as emoções que presenciei, os sentimentos que demonstrei, as verdades que falei, as lágrimas que não segurei, os riscos que corri, as vezes que acertei, e mesmo as vezes que não acertei mas que fiz o que pude para isso. E agradeço a minha sensibilidade em entender nossas imperfeições sem me prender a elas, agradeço aceitar as pessoas e com elas rir do que tem graça, chorar pelo triste e ignorar o que não serve para nada. E agradeço você ter passado por minha vida e por eu ter passado pela sua. Hoje digo Adeus ao que se vai, digo Seja Bem-vindo ao novo, digo Volte Sempre ao que vale a pena ser repetido. Digo Vai com Deus ao que deve ir sem olhar pra trás, e não digo nada quando não se pode mais dizer...

domingo, 22 de agosto de 2010

Viagem olfática


Hummm, que cheiro é esse? É cheiro da costela de domingo. De muitos domingos há anos. Das macarronadas de domingo que minha vó fazia. Da família falando alto, todos ao mesmo tempo. E quando lembro do cheiro da macarronada lembro também do cheiro da minha vó, da casa dela, do cuque de amora, do pé de amora que eu subia para colher frutinhas! E quando lembro de frutinhas, lembro do cheiro de morango com nata. Esse cheiro me lembra uma pessoa especial, muito especial. Nossa! E agora me lembrei do cheiro do shampu dos seus cabelos, e do cheiro do amaciante da sua roupa misturado ao seu perfume e ao cheiro da sua pele. Cheiros de peles. Os cheiros das pessoas, da minha mãe, do meu pai, da minha irmã, dos meus amigos. Os cheiros que nos levam longe e nos fazem viajar. O cheirinho do bebê, do animalzinho de estimação, cheirinho do travesseiro, do pescoço, da roupa, cheirinho de limpeza, de frescor, cheiro de comidinha feita em casa. Os cheiros nos transportam até nossas lembranças mais distantes, em que quase nada se recorda, mas o cheiro...o cheiro fica impresso em nosso ser, gravado em nossa memória, arrico dizer, pra sempre. Cheiros bons e ruins, agradáveis ou não, todos eles nos trazem imagens, flashes, insights, pessoas, sentimentos e saudades. O passado sempre traz saudades, a infância, as pessoas que se foram, as que desapareceram, as que só passaram rapidamente. Os rostos, os momentos, os choros, os suspiros, os cheiros...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Titãs: É preciso saber viver


Eu cresci acreditando nas pessoas e em tudo que via. Eu dizia: “Mas pai, estava escrito!” E meu pai dizia: “O papel aceita tudo”. Eu dizia: “Mas ele falou pai”. Meu pai dizia: “As pessoas não falam a verdade sempre”. E a vida foi ficando incerta. O que era real neste mundo? Eu já não sabia. No começo foi difícil, hoje está terrivelmente difícil. Está difícil entender que ninguém é de ninguém, que as palavras são jogadas ao vento, que os atos não são mais vigiados. Essa confusão toda se chama vida. Essa vida é a nossa realidade. Essa realidade não é nada fácil. Eu tenho medo por não entender da arte de viver, por saber que as coisas são como são, que além de não conseguirmos mudá-las temos que conseguir captar bem sua essência para entendê-las. Que isso cansa e às vezes desanima. Que tudo está em constante mudança e que estamos cada vez mais longe de entender. Ao mesmo tempo, aí está o sentido da vida: saber viver e conseguir se encontrar no meio dos apocalipses diários. Ser feliz com o que se tem, buscar o que se quer, não se iludir, ter sensibilidade para escolher o caminho e não se desesperar nas dificuldades. Então, você tem que ser suficiente para você. Você deve ser sua melhor companhia. Você deve ser seu fã. Um novo desafio: Localizar-se no mundo, conhecer-se e preencher-se de si mesmo. Esta última julgo ser a mais difícil. Nossos espaços são ocupados freqüentemente pelos outros, por projeções que fazemos, por necessidades que criamos. E eu me olho e me vejo como um tear, um crochê, um tricô, um bordado. Fico entrelaçada, confundida, misturada comigo e com os outros que preenchem meus vazios. Se eu espero e não vem, o buraco aparece, e torna-se o foco de tudo. O tricô começa a se desmanchar. Vejo que se não tenho o que espero, o meu eu se desfaz junto com todo o resto. Por quê? Porque me misturei demais. Porque não consigo mais distiguir entre eu e os outros, entre eu e você. Porque tenho jogado nos outros minhas expectativas, minhas vontades, meus sonhos, minha vida. A vida que é tudo que temos, eu tenho entregue aos outros, na esperança que eles me façam feliz. Isso acontece porque é mais fácil culpar os outros por nossa infelicidade e nosso fracasso. Porque se não fomos felizes, isso já é triste demais para somar ao fato de sermos os culpados disso.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Extra Extra!!


Deu no Jornal da Manhã: "Doença da Idade da Pedra, não contagiosa e ainda sem cura intriga cientistas e não-cientistas." A doença tem como principal sinal o coração partido e como principal sintoma sensação de "batata na garganta". As estatísticas dizem que todas as pessoas já sofreram ou sofrerão desse mal pelo menos uma vez na vida e que todos carregam o agente causador consigo. Apesar de ter sido identificada nos primórdios, essa doença é uma incógnita nos dias atuais, pois acomete em larga escala, causa dor intensa e não é contagiosa. Os casos acontecem isoladamente e a cura é individual também. Algumas vítimas apresentam cura rápida (alguns minutos), porém outras chegam a levar a vida toda tentando curar-se. Intrigante também é o fato de que pode causar seqüelas ou não, independente do sexo e da quantidade de envolvimento com o agente causador. Nem sempre o agente causador sabe a dor que causou. Muitas pessoas já buscaram entender essa doença, mas as pessoas que mais se dedicaram a debater esse tema foram e são os filósofos e os poetas, que até hoje surpreendem-se com os sinais e sintomas e com o mistério de contagiar-se pela paixão e pelo amor sem intenção alguma. Muitas pessoas reincidentes dizem que o melhor remédio é o tempo, outras dizem que é abrir o coração a oportunidades. Por fim, conclui-se que não existe forma de prevenir e nem de remediar, e infelizmente deve ser dito: Você está susceptível.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O mesmo vestido


E foi lindo aquele tempo em que as coisas costumavam ser de verdade, em que as palavras eram puras e transparentes. Em que usei o vestido com alças de pedras e de noite demos risadas juntos. Em que o abraço era um encontro de almas e uma troca de energias de amor, simplesmente. Em que estar junto significava muito mais do que distância física. Em que o respeito era a base e era natural.
E foi triste quando os sons das risadas daquela noite e de todas as outras passaram a existir só na memória e quando os abraços passaram a existir só na imaginação, e o calor só no coração.
E foi ruim encontrar outras risadas, risadas maldosas, outros abraços, abraços gelados, outras palavras, palavras traiçoeiras. Em que o respeito foi esquecido, em que eu usava o mesmo vestido de alças de pedras...

A vida é pra valer




A cada novo episódio de nossa vida nós encontramos motivos para tudo: pra recordar, pra rir e pra chorar, e, se possível, motivo para ter valido a pena nem que seja pela lição aprendida. "Tudo vale a pena se a alma não é pequena", não é mesmo Fernando Pessoa? Quem sabe seja por aí: "se a alma não é pequena". Nem tudo na vida vale a pena. Engana-se aquele que diz sempre preferir arrepender-se de ter feito do que de não ter feito. O melhor é saber o que se quer e não sair se atirando em qualquer situação. Há momentos que se deve parar e às vezes recuar. Há momento de dizer Não. E, há momentos de se enxergar de verdade para poder sentir o que realmente vale a pena nessa vida. O que não vale é adaptar-se o tempo todo, é sujeitar-se o tempo todo, é comercializar-se. Essa vida não é de brincadeira, é pra valer, é pra valer a pena. Quando se percebe que alguma coisa está em desacordo é porque você não se inclui. E sabe de uma coisa? Não é preciso incluir-se em tudo. É justo que se discorde e que não queira adaptar-se por necessidade de inclusão. Ainda é preferível ter um sono tranqüilo e solitário do que um perturbado sono coletivo. Não é necessário contentar-se e agir a contra gosto. Se pra alguns funciona assim, ótimo, pra outros não funciona não. Pra que se contentar com pouco? Pra que se contentar com coisas erradas? Não tem mais jeito? Então é melhor estagnar-se, recusar-se. "Reivindique o céu - ele é seu." OSHO

terça-feira, 3 de agosto de 2010

"Euzinho"


Olhei pra dentro e vi um serzinho saltitante, que dizia: "Eu estou aqui!! Eu quero sair!!" E eu sabia que existia alguém ali porque eu ouvia uma voz que falava comigo todos os dias. Eu sabia que era um ser sutil porque nem sempre eu tinha certeza se ele tinha falado ou não. Um ser discreto mas firme, surgia em todos os momentos, principalmente nos momentos de maior conflito. Tenho que admitir que é um ser sereno mas que já perdeu a cabeça algumas vezes e gritou comigo. Ninguém pode ouvir porque ele não fala com a boca e eu não ouço com o ouvido, ele vive dentro de mim. Muitas vezes eu o ignoro e quando eu faço isso ele fica tão desesperado que fica se debatendo e me sinto desconfortável, com a sensação de que algo não está certo. Realmente não está, desrespeitei a minha vontade, a minha intuição, a minha sensação interna. Esse serzinho mora lá no fundo, escondidinho e você percebe que ele existe quando sente lá no fundo que não deve fazer alguma coisa ou que deve fazê-la. Que deve prosseguir num relacionamento ou não, que deve fechar um negócio ou não. É a nossa voz interna, o nosso "euzinho" que nos dá dicas e nos descreve a nós mesmos. Ele sente tudo e nos passa um relatório do que nos faz bem e o que nos faz mal, e pede gentilmente que não nos desrespeitamos e que façamos apenas o que nos traz tranqüilidade e que esteja de acordo com nossas convicções. E que esperneia quando nos vê a beira do abismo e nós sabemos disso. Às vezes ele pede pra sair porque nós o asfixiamos para que pare de falar e dizemos: "Eu sei que não vai dar certo e que eu não devia, mas..." Você acaba de ignorar seu "Euzinho" e sabe que ele tem razão na maioria das vezes. Conclusão: Você está correndo de encontro a um muro, vai quebrar a cara e sabe disso. Boa sorte nos curativos!!