quinta-feira, 29 de julho de 2010

Robozinho Humano


Essa é uma espécie humana interessante: os robozinhos (maquininhas de realizar). Essa espécie programa antes de realizar, planeja antes de fazer e decide até o que sentir. Essas maquininhas de fazer acontecer estão espalhadas por aí executando suas tarefas. Robôs são assim, eles são programados e em seguida executam o que estiver no programa. Por quê? Porque são máquinas, apenas fazem. Os robozinhos humanos são parecidos, com algumas diferenças e particularidades. Eles são seus próprios programadores, eles mesmos planejam e montam o programa. O que se percebe é que como eles mesmos terão que executar, o programa é um tanto falho, é montado de acordo com a conveniência, vontades pessoais e fraquezas, afinal são robôs HUMANOS. Além do programa não ser perfeito, durante a execução algumas coisas não saem de acordo por terem dificuldades em não se envolver na missão. Robôs só executam seus programas e em seguida são programados novamente sem problemas. As maquininhas humanas acabam tropeçando em algumas coisas, sentem necessidade de mudar o programa no meio da execução e bagunçam todo o previsto. Como esses robôs têm sentimentos, por mais que neguem ou que fujam deles, acabam tornando a coisa toda um pouco humana, um pouco envolvente, um pouco sofrida, um pouco agradável, um pouco lamentável, um pouco recordável. Mesmo quando eles conseguem executar seus programas exatamente como previsto, eles se envolvem de alguma maneira, e deixam de ser a mesma máquina. Novamente se programam, mas agora com uma carga diferente, um programa modificado para corrigir possíveis envolvimentos. E executam novamente, chegando cada vez mais próximos de um robô de verdade (aparentemente), e se distanciando cada vez mais do seu EU, de seus sentimentos e de sua satisfação como pessoa, como pessoa humana. Esses robôs humanos acabam sofrendo em uma missão ou outra, o que geralmente não está no programa e isso assusta, surpreende. Não estão preparados para surpresas porque o programa é um pacote fechado, com início, meio e fim, e não algo que pode ser "contornado" e mudado durante a execução. O que os robôs humanos fazem quando isso acontece? Abortam a missão. Não sabem como lidar com detalhes inesperados, com coisas grandes e com envolvimento. Não sabem lidar com superação, com sentimentos e não sabem lidar consigo mesmo.

Como tenho tanta certeza disso tudo? É humanamente impossível ser um "robô". Oras bolas, porque estamos falando de uma espécie mais racional, mas uma espécie humana! Nesses existe o subconsciente e o inconsciente, e isso faz muita diferença! A maneira de lidar com suas fraquezas é planejar tudo antes, assim, não tem erro, não é mesmo? Não é mesmo. Às vezes dá certo, mas nem sempre será assim porque humanos cansam de executar simplesmente, é muito previsível, chato e sem graça. Os robôs robôs não têm esse inconveniente porque eles não sentem, não percebem, não questionam. Um dia, o robô humano se questiona e sentem vontade de sentir. Ou um dia ele sente, e sente vontade de fugir. Robôs humanos não têm coração de lata e nem "nervos de aço". Missão abortada, carga exigida: demasiada.
FOTO: eu e o robô, hidrelétrica em Foz

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