terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Mas ela não morreu


Ela vivia saltitante resmungando coisas engraçadas como se a vida fosse leve. Ela vivia esvoaçante como se pudesse voar numa realidade perfeita e eterna. Ela ria pelos cotovelos como se fosse feliz. Ela sonhava alto como se pudesse alcançar. Defendia suas idéias como se valessem de alguma coisa. Acreditava nos sinais como se eles dissessem a verdade. Ela idealizava os momentos com muita paixão como se fosse adiantar. Ela se entregava como não se deve fazer. Ela chorava pelos cantos como se sentisse medo. Não dormia de noite como se não pudesse sonhar. Enfrentava suas fraquezas como se fossem suas inimigas. Ela carregava tudo nas costas como se fosse aguentar. Desistia de tudo de repente como se desse pra escapar. Relutava em aceitar como se pudesse negar. Ela dançava como se seu corpo pudesse emitir som. Gritava por dentro como se ninguém pudesse ouvir. Aceitava imposições como se fosse tolerar. Despia-se lentamente como se alguém estivesse olhando. Ela rosnava como se fosse intimidar. Fazia tanta graça como se fosse conquistar. Inventava tanta moda como se fosse vingar. Filosofava como se achasse as respostas. Viajava toda semana como se pudesse fugir. Ela exagerava como não se importasse. Ela exagerava como se fosse faltar. Ela exagerava como se não fosse enjoar. Ela exagerava como se não fosse intensa o suficiente. Ela amava como se o mundo fosse acabar! Ah, isso sim... Ela amava como se o mundo fosse acabar!