domingo, 27 de janeiro de 2013

Santa Maria

Tentando não falar no assunto, mas é impossível.
 
Que acontecimento horroroso esse de Santa Maria - RS.
 
Perder alguém é horrível. Perder alguém numa tragédia é algumas vezes horrível. E por culpa (imperícia, imprudência e/ou neglicência) de alguém??
 
O que realmente aconteceu logo todos estarão sabendo, no entanto é sabido que o lugar não estava preparado para funcionamento, afinal 250 pessoas morreram por não conseguir abandonar o local. Quando uma pessoa assume o risco de fazer alguma coisa errada, é crime, não é não??
 
O que dizer numa horas dessas?
 
Pessoas que comentem crimes podem ser punidas, mas vidas interrompidas não podem ser continuadas.
 
A morte prematura de alguém sacode definitivamente a vida de muita gente. Marca e muda profundamente a vida de muita gente.

Que dor horrorosa é essa?? Como fica o coração de uma mãe que liga 104 vezes para o celular de um filho sem ser atendida? É um desespero sem tamanho, é uma dor que corrói e causa buracos pra sempre.
Multiplicando essa dor (de familiares, amigos, namorados, noivos, colegas de trabalho) por 250, qual é o resultado???
E de pensar que podia ter sido evitada...
 
O resultado é dor coletiva, é revolta, é indignação, é compaixão, é muito silêncio, é muito choro no silêncio...
 
Amanheci engasgando quando vi o noticiário. O clima pesou, o tempo fechou. Impossível não se comover e não sentir dor junto.

Luto.

E depois que o luto passar, que as pessoas coloquem mais a mão em suas consciências e parem de causar dor desnecessária... só quem já passou por dor de verdade sabe do que se trata. Vida é coisa séria e não se brinca com coisa séria.

Que Deus esteja presente em cada minuto da vida desses familiares e amigos desolados, para que consigam suportar essa dor sem dimensão.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Pastel de Belém

Sabe as vontades que vêm do nada? (estou sorrindo sozinha agora...)
Será que essas vontades vêm do nada mesmo?
De repente me deu vontade de andar por ruas estreitas de pedras, de andar entre edifícios de azulejos!

Nessa caminhada vejo uma escadaria de mármore numa praça e também um arco com personalidades históricas... 
Do outro lado um elevador com nome de santa... Justa!
Justo ouvir sons mas... espera! Ouvi alguma coisa, foi um chiado?
Chiado! E se "a alma não é pequena" posso ir em um café à brasileira!
Mas e esse cheiro?? Pastéis!! E ainda tem uma torre com o mesmo nome!
De repente uma vontade de andar livremente por uma avenida. Avenida! Liberdade!
Hummm e se tudo acontecesse lentamente como seu piscar! E se tudo for lindo como seu sorriso!
Sabe do que estou falando? Essas vontades que vêm do nada...
Esse nada que damos o nome que quisermos...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Rolling Stones

Meus ruídos não fazem barulho mas trepidam dentro da minha cabeça. Incomodam. Desestabilizam. Distorcem. Complicam. Britadeira. Caneta de baixa rotação. Carroça em pedregulho. Turbulência nos céus de Chicago. Cano de escape solto. Patins no asfalto inacabado. Mala com rodas numa calçada de petit pavé. Furadeira no concreto. Gelo no liquidificador. Metralhadora.
Minha arte de misturar barulhos, minha mente inquieta que compra ruídos que passam. Ruídos confusos que remexo até transformar em música. Minha música é o rock (pedras que rolam).
Um rock, uma melodia que embala meu dia-a-dia. Sem regras mas muito bem arranjado. Sem dúvidas, são apenas 3 acordes. Rebelde pacífico. Complexo na teoria, prático na prática. Imponente mas delicado. Verdadeiro. Curioso. Atento.
Se parar pra ouvir (sem preconceito) verá que do ruído eu faço música... Da música faço um hino...
Do hino faço emoção... Da emoção faço paixão... Depois disso não faço mais nada, faz-se sozinho...

domingo, 6 de janeiro de 2013

Todo o tempo do mundo

E ser romântico é sonhar! E eu sonho sem dó, vôo longe mesmo! Afinal, se não for pra voar longe de que adianta tirar os pés do chão?
E até me pergunto se ter os pés no chão dá certo mesmo. Pelo menos ter os pés no chão não é tão estimulante quanto voar. Quem voa corre um risco maior de se machucar, no entanto estamos na chuva!!! Vai ficar se escondendo de toldo em toldo e ficar se molhando aos poucos? Ambos sabemos que vai se molhar de qualquer jeito. Eu meto o pé na poça, canto e danço na chuva, e daí? É muito mais divertido aceitar a chuva e aproveitar cada pingo com alegria!! Vai resmungar a cada gota?? Mas se for assim nem saia de casa.
Minha chuva ilusória me alimenta. Cada um escolhe um combustível para ter energia para viver e eu escolho o sonho. Sonho porque não custa nada sonhar.  Tornar o sonho realidade pode ter seus custos mas querer tudo de graça é muita folga, não é não?
Sonho só é sonho até virar realidade, afinal toda realidade nasce de um sonho. E sonhar é tão bom! Entorpece naturalmente, revigora. E que tal fazermos coisas impossiveis juntos? Adoro coisas impossíveis porque elas são incríveis quando acontecem!! E que tal sonharmos juntos?? Podemos acordar e realizar tudinho!! Afinal, "temos todo o tempo do mundo".
P.S.: Belíssima inspiração de Legião Urbana, música "Tempo perdido".

Surpresa!! Game Over

A banda terminou de tocar, a música parou, as luzes se acenderam... Acabou.
Não se serve mais comida, ninguém mais vai beber, ninguém tem mais força pra dançar... A festa acabou.
 
Terminar não é ruim necessariamente. Terminar de realizar um trabalho é satisfatório, terminar de ler um livro é conclusivo, terminar um prato de comida é prazeroso. Terminar uma briga ou terminar um relacionamento que vai mal é um alívio. Quando uma dor acaba é um alívio!! E quando seu chocolate acaba? E quando o beijo acaba? E quando o papel higiênico acaba?? E quando alguém morre? Quando sua paciência acaba? E quando já acabou seu tempo de perder tempo?
 
Infelizmente e felizmente tudo tem um prazo e uma hora ou outra chega ao fim. Inevitavelmente nos deparamos com o fim das coisas, às vezes com o fim de sentimentos, fim de momentos.
Alívio para o fim das coisas que nos incomodam e lamento para as coisas que nos trazem alegria.
 
Mas pensando bem, ainda bem que as coisas acabam. Ninguém consegue rir para sempre numa gargalhada interminável, acho que morreria de cãimbra na barriga ou morreria de falta de ar (ou seja, acabaria de qualquer forma), e se não acontecesse isso, no mínimo perderia a graça.
 
Que tudo acaba todo mundo sabe, o que a gente não sabe é o momento que isso acontece.
 
Surpresa!! Você perdeu seu emprego!!
Surpresa!! Suas férias acabaram!! Seu casamento acabou!! Sua juventude já era!!
E então meu caro, vai encarar essa como??
 
Imagino que o fim de uma etapa marca o início de outra e quem sabe esteja aí a grande "sacada". Etapas meu caro!! Hora da insegurança, hora da adaptação!!
 
O que não pode passar despercebida é a contatação que, independente da idade, todas as pessoas sentem insegurança na hora de mudar suas atitudes para se adaptarem as novas circunstâncias. E o mais interessante é que essa insegurança torna-se mais assustadora porque a medida que nos tornamos mais donos de nós e de nossas idéias imaginamos que nossa força aumenta e que de certa forma nos tornaremos inabaláveis. No fundo no fundo somos crianças crescidas que perderam sua verdadeira coragem. E sabe quando percebemos isso?
Quando menos esperamos...