quinta-feira, 28 de julho de 2011

Alguém se importa??





Saber viver é uma arte, saber viver sem se abalar a todo instante é uma arte. É mesmo uma arte, ou é falta de sensibilidade? Algumas pessoas criam defesas naturais para não se deixarem abalar e realmente passam com mais facilidade pelas situações. Também é verdade que fazem isso com mais facilidade mas com menos emoção. Eu queria saber não ir tão fundo nas questões. Como se faz “vista grossa”? Como se faz para deixar pra lá? Como se faz para ignorar os defeitos e as pisadas de bola das pessoas que nos cercam e as nossas próprias? Como se faz para conviver com nossa imperfeição e admitir que erramos e que vamos continuar errando e errando? Como se faz para não cansar de presenciar imundícies por todos os lados e ter vontade de continuar fazendo parte disso?
Isso é não saber viver? É falta de exercitar a tolerância? É não ser sociável? Acredito que seja um pouco de cada coisa, eu acho... Não sei se é impressão, mas parece que está cada vez mais difícil de viver. As coisas parecem mais complicadas, mais envenenadas, mais superficiais, mais desgastantes, mais sem sentido. Sou eu ou está mais difícil viver?? Só eu ou ninguém mais se encaixa nesse mundo??
Eu odeio a maldade das pessoas, e nisso eu estou me incluindo também. Sou errada tanto quanto cada um que conheço e isso desanima. Desanima ver que está tudo errado e que todo mundo ainda tem que crescer muito, mas muito mesmo. Em meio a toda essa confusão eu tento achar um lugar confortável, mas não encontro nunca. Falta eu me encontrar?? É o que se fala por aí, sobre auto-conhecimento e tal. Mas alguém conhece alguém que é tão bem resolvido que simplesmente existe e não se deixa afetar?? Alguém que realmente acha que cada folha de árvore cai porque tem que cair? Sim, eu sou confusa, questiono demais, peco por excesso de insegurança, erro por ter baixo limiar de tolerância e me deixar abater com facilidade. Entristeço-me por ser intensa e não ter paciência. A ansiedade me consome. E tenho sido um peixe fora d´água.
(espero que seja uma fase, ou, vou morrer sem ar... ou sem água??)

sábado, 23 de julho de 2011

Grande perda: Amy Winehouse


Acabei de ver o noticiário na tv e ouvir o que eu esperava não ouvir pelo menos pelos próximos 30 anos: Amy Winehouse morreu. A notícia entrou cortante pelos meus ouvidos, ouvidos de uma fã, de uma profunda admiradora.



Amy era uma menina de 27 anos. Insegura, incrivelmente insegura. Carente. Problemática. Carregada de dores. Carregada de talento. Voz inconfundível, estilo único. Dói ver uma artista tão promissora como ela perder a vida por motivos óbvios: não saber lidar com suas inseguranças e suas dores. E sabe mais?? Como todos nós... Muitas vezes não sabemos lidar com nossas inseguranças, sofremos, fazemos outras pessoas sofrerem, nos sentimos sozinhos, desamparados, buscamos fugas e muitas vezes queremos sair correndo sabe-se Deus pra onde (um lugar seguro para nos refugiar). Infelizmente Amy buscou seu refugio nas drogas e na bebida. Sentia-se nitidamente apavorada quando estava em lugares com muitas pessoas, ficava claro seu desespero com a possibilidade de estar sendo avaliada, julgada, observada. E nós muitas vezes sentimos esse pavor também (ela colocava isso em suas composições). Amy era a fragilidade em pessoa, a insegurança estampada, era o medo de viver. Mas, quando resolvia cantar de verdade fazia todo mundo calar a boca, ela brilhante. Brilhante também foram suas origens na música. Ela ouvia Frank Sinatra quando pequena! Aprendeu a flutuar a voz com Billie Holiday, com Dinah Washington (e muito mais). Se inspirou no R&B, no jazz, no hip hop, no soul. Vou no comum: Uma menina branca com uma poderosa voz negra (cantores negros são donos das melhores vozes, alguém discorda?). O que ela fazia com a voz dela era brincadeira? Sim, ela brincava e sem fazer careta! E eu lamento muito o que ela podia fazer e não fez. Quanto poderia vir... Amy foi uma das grandes revelações, uma artista única. Registro aqui minha dor não só pela perda da artista (uma das minhas preferidas) mas também por ver um ser humano frágil, um menina deslocada (com a qual me identifico muito, a qual procuro entender) acabar assim, sozinha, vítima das drogas, vítima do mundo moderno, das transformações... Agora, orar para que fique bem onde estiver.



(Amy era muito original. Ninguém vai poder fazer o que ela faria, porém, espero que novos artistas se inspirem nela e em suas origens e que produzam bons trabalhos)