sábado, 27 de novembro de 2010

Cinza


Hoje amanheceu nublado, o astro-rei não deu o ar de sua graça, nasceu sem estardalhaços e hoje tudo é cinza. Esses dias sem cor... Dias nublados são os mais solitários e mais doloridos, por isso, me pergunto como evitar o cinza em nossos dias. Por que existem dias cinzas? Momentos cinzas já não bastam? Eu abriria mão desses benditos dias sem cor, sem companhia, sem felicidade, esses dias vazios e cheios de dor. Eu viveria menos para não abrir mão da companhia de minha sombra...onde está minha sombra? Dias sem sol não têm nascer-do-sol, não têm pôr-do-sol, não tem sombras... as coisas são cruas, perdem o brilho, perdem o que ofusca de tanta luz, perdem de ocupar espaço dobrado por aí...abrindo mão de suas sombras, seus reflexos... Dias cinzas não deveriam ter 24h, deveriam ir embora num piscar de olhos... [Cinza só tem graça quando é a cor da camiseta (a dele)]. Dias sem nuances, dias homogêneos, sem esperança. Esses dias nublados de silêncio (que fazem barulhos ensurdecedores) são os dias seguintes dos terremotos, das avalanches, das erupções vulcânicas, das grandes guerras e destruições. Das perdas, das brigas e discussões. Você acorda num dia desses e logo pensa: "Eu não queria estar aqui".
{Curiosidade: Hoje é dia da esposa de Shiva, Parvatti Devi.}

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

I´m supposed to be a rock


Eu só queria ser feliz. Eu tenho tentado, eu acho que tenho... E o meu ceticismo é uma desgraça, uma decepção. Sempre foi uma decepção pra mim esse ceticismo que vem da insegurança e do medo de ser enganada. É uma fraqueza, é mais uma mediocridade minha. E eu sou assim, cheinha de defeitos e de particularidades e, mesmo assim, eu quero ser feliz. Eu queria... às vezes ainda quero ser feliz. Enquanto isso coisas caem sobre minha cabeça e eu fico imaginando que sou uma rocha. Acho que eu devia ser uma rocha... Mesmo tendo sentimentos e sentindo dores, às vezes acho que eu devia ser uma rocha... Eu acho que ainda quero ser feliz, mas e se tudo der errado?? Tudo bem, eu estou aqui pra isso mesmo: suportar as decepções, rir das desilusões, aceitar que as coisas são diferentes do que desejo. Aliás, desejar faz mal pro espírito. Quando desejamos, nos apegamos, e nos condenamos ao sofrimento. Eu acho que eu devia ser uma rocha...mas mesmo não sendo uma rocha...eu tenho desmoronado em conflitos que nao são meus. Prove-me que Deus não existe. Prove-me que a reencarnação não existe. Prove-me que não daríamos certo...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Qual é a resposta??


Conversando com pessoas certas em horas certas fazemos acontecer verdadeiras dádivas: idéias sensacionais e pensamentos brilhantes que despertam estusiasmos múltiplos. Foi o que aconteceu recentemente comigo. Num dia ensolarado, numa atmosfera amena, entre árvores e passarinhos enlouquecidos conversávamos sobre a presença de Deus nas pessoas, nos momentos e nos destinos. E da conversa resultou alegria e compaixão ao constatar que Deus está em tudo e em todos. Todas as pessoas carregam Deus consigo, então, todas as pessoas são especiais! Partindo daí, temos o dever de respeitar o próximo e de tratá-lo como a nós mesmos, de desejar-lhe o bem, de lamentar suas perdas e de comemorar suas vitórias. Temos o dever com o Deus que mora em nós: Celebrar o Deus que mora nas outras pessoas! Isso é amor de verdade! O amor não se pede, não se implora, não se barganha. O amor vem de graça e vem com entusiasmo! E sabe o que? Quando 2 pessoas celebram seu próprio Deus e o da outra pessoa, o amor é certo, é inevitável, é contagiante, é uma Graça, é uma dádiva, é um encontro de almas, é um presente divino, é um momento escrito por Deus, é uma estrela no céu, é uma centelha de luz, é um acontecimento sublime, é um sentimento puro e inigualável. Hoje, acordei e escrevi num muralzinho em forma de pingüim que tenho na geladeira: "A resposta é: Amor". Minha mãe imediatamente disse: "Está virando hippie minha filha?". Eu sorri e ela disse: "Isso é John Lennon". Rimos juntas.


(Agradeço às pessoas que compartilham comigo suas idéias e pensamentos, que vivem intensamente e que dispensam as coisas superficiais. Em especial, agradeço a minha companhia neste domingo de passarinhos enlouquecidos e de folhas que caíam das árvores num balanço constante.)